Dass começou seu catálogo em abril e desde então já fotografou mais de 200 pessoas. Cerca de 150 fotografias já estão disponíveis no website do Humanae (http://humanae.tumblr.com/), mas a ideia da artista é expandir essa amostra para fazer um imenso "inventário cromático" dos tons de pele dos seres humanos. "Estou apenas começando", explica.
A escala Pantone é um sistema de classificação de cores que serve de referência para o mundo do design, da moda e programas de computador como o Photoshop. Para associar o tom de pele de uma pessoa a uma cor neste catálogo, Dass extraiu um pequeno fragmento do rosto de cada um dos retratados. Em seguida, a cor correspondente na escala foi usada para pintar o pano de fundo da fotografia.
"A ideia desse trabalho é que nós podemos abraçar e apreciar as diferenças, mas sempre lembrando que, como seres humanos, somos todos iguais", contou Dass à BBC Brasil.
A fotógrafa vive há cinco anos na Espanha, onde estudou jornalismo e fotografia, mas nasceu e foi criada no Rio de Janeiro. Formada em design de moda no Senai e na faculdade de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, trabalhou como estilista no Brasil antes de mudar-se para Madri.
O Humanae começou como um projeto pessoal. "Meu pai era negro, adotado por uma família de brancos; minha mãe, descendente de índios e negros - então a minha família já oferecia uma ampla amostra de tons de pele", conta a brasileira. "Comecei fotografando meus parentes para uma árvore genealógica que retratasse as nossas cores. Logo passei para meus círculos de amizade e percebi que seria muito interessante expandir o trabalho, incluindo outras pessoas", diz Dass.
Por enquanto, a maior parte das fotografias foi feita em Madri, mas um dos planos de Dass é viajar para ampliar seu projeto em outros países. O Brasil é uma das prioridades para a artista. "Até porque a diversidade brasileira foi o que inspirou o meu trabalho", explica. Um de seus desafios é conseguir apoio para as viagens. Dass gostaria de se vincular a uma instituição ou organização ligada à arte para ampliar o Humanae. "Não poderia aceitar um patrocínio mais comercial, porque isso desvirtuaria o projeto", diz.
A brasileira conta que não esperava que seu trabalho tivesse tanta repercussão: "Estou sendo procurada pela imprensa de diversos países e recebendo cartas de todas as partes do mundo com sugestões para incluir um ou outro tipo humano."
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